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Foto: Pedro Piegas (Diário)/
Não é de hoje que a forma de ingresso nas universidades públicas federais gera debates. Desde 2017 - a última prova do processo seletivo seriado ocorreu no final de 2016 -, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) utiliza o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como forma de ingresso nos cursos de graduação em seus quatro campi. A iniciativa visa democratizar o acesso ao Ensino Superior público. Os dados, porém, revelam outra realidade. A chamada regular do Sisu, concluída em 8 de março, ofereceu 3.416 vagas pelo sistema. Até o final do prazo, menos da metade foi preenchida.
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A Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) realiza, neste momento, a primeira chamada oral, com oferta de 1.955 vagas - 57% do total oferecido no início do processo.
ALERTA
Os números chamam a atenção da Reitoria da universidade, uma vez que até mesmo cursos normalmente muito disputados, como Medicina, ficam com vagas em aberto. Já outros, têm menos de 10% de ocupação (confira no quadro), o que impacta não apenas no aspecto acadêmico, mas também na estrutura de cada curso.
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- É um sistema que confunde o candidato, uma vez que, conforme a nota obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ele acaba desistindo de um determinado curso para optar por outro. Ou, ainda, trocar por outra instituição. É uma flutuação normal do Sisu - explica o reitor Luciano Schuch.
A ociosidade de vagas já tem despertado discussões sobre a forma de ingresso nos cursos de graduação da UFSM. O objetivo não é acabar com o Sisu, mas reduzir o número de vagas a serem preenchidas por esse sistema. Um referencial é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em que 30% das vagas da graduação são preenchidas pelo Sisu - os outros 70% são preenchidos por meio de concurso vestibular próprio.
Na UFSM, uma das propostas é adotar um processo seletivo que continue contemplando as notas do Enem, como ocorre nas instituições privadas de Ensino Superior. Mas os modelos ainda estão sendo estudados.
PERFIL
O Sisu permite que candidatos de todo o país possam ter acesso aos cursos de graduação. Na UFSM, apenas 4% dos candidatos selecionados na chamada regular para o primeiro semestre de 2022 são de fora do Rio Grande do Sul, segundo dados do próprio sistema. Esse dado reforça que o público que ingressa na instituição continua sendo predominantemente regional, mesmo no período de pandemia, em que todas as etapas de seleção ocorreram de foram online.
Quanto à educação básica dos aprovados, apenas 32% estudaram em escola pública. E no que se refere à renda, somente 16% são classificados como de baixo poder aquisitivo.
OUTROS PROCESSOS
Vale lembrar que, além do Sisu, a UFSM possui outras formas de ingresso específicas, como o vestibular EaD, processo seletivo de Música e Dança (bacharelado), processo seletivo indígena, seleção por ingresso e reingresso, programa para refugiados e imigrantes, e processo seletivo para pessoa com deficiência. Todas essas modalidades estão descritas na Resolução 002/2018.
TAXA DE OCUPAÇÃO DOS CURSOS
Os menos procurados
Curso | Vaga ocupada | Disponível | Percentual |
Relações Públicas (campus Frederico Westphalen) | 3 | 30 | 10% |
Enfermagem (campus Palmeira das Missões) | 5 | 40 | 12% |
Teatro (licenciatura) | 3 | 20 | 15% |
Ciências Biológicas (campus Palmeira das Missões) | 9 | 50 | 18% |
Agronegócio (tecnólogo) | 9 | 50 | 18% |
Ciências Econômicas (campus Palmeira das Missões) | 10 | 50 | 20% |
Nutrição (campus Palmeira das Missões) | 10 | 50 | 20% |
Jornalismo (campus Palmeira das Missões) | 11 | 55 | 20% |
Administração (campus Palmeira das Missões) | 12 | 55 | 21% |
Engenharia Aeroespacial | 9 | 40 | 22% |